O 2021 dos baianos foi marcado pelo aumento da criminalidade. É o que mostra o Monitor da Violência, que aponta um incremento de 11% no número de homicídios no estado nos nove primeiros meses deste ano em relação ao mesmo período do ano passado.
Os dados do índice nacional de homicídios mostram que, em 2020, 3.832 assassinatos foram registrados pelos órgãos de segurança da Bahia entre janeiro e setembro. Já em 2021, foram 4.252 mortes.
Abril foi o mês com maior número de mortes violentas: 532. Já julho foi o que registrou o menor índice, com 430. De abril a julho, a Bahia registrou queda, no entanto, a partir de agosto os números voltaram a subir.
Contramão
O crescimento observado na Bahia vai na contramão do observado no cenário nacional, que registrou queda de 4,7%. No Brasil, foram registradas 30.954 mortes violentas, contra 32.471 nos mesmos meses de 2020. Ou seja, 1.517 a menos.Ou seja: a Bahia registrou 13,7% dos homicídios no Brasil apesar de ter apenas 7,3% da população brasileira.
O estudo contabiliza as vítimas de homicídios dolosos (incluindo os feminicídios), latrocínios e lesões corporais seguidas de morte.
SSP culpa facções
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) reconheceu a veracidade dos dados e culpou a briga entre grupos criminosos pelo domínio do tráfico de drogas como principal causador do aumento no número de homicídios.A SSP-BA disse que a rixa foi acirrada por conta da soltura de mais de três mil pessoas durante o período da pandemia, por determinação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
"As polícia Civil e Militar têm trabalhado intensamente para mudar esse quadro com o reforço das operações, investimento em tecnologia e em ações de inteligência que visam a identificar o líderes desses grupos e impedir novas ações", diz o comunicado.
A pasta também pondera que, apesar do aumento registrado esse ano, o mês de setembro teve o menor número de mortes violentas de 2021, e o mês de outubro contabilizou menos 13% do número de mortes comparado ao mesmo período de 2020. "Mostrando o início de tendência de queda", afirma a SSP.
O Monitor da Violência é uma parceria do g1 com o Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.