Aline: filha, irmã, mãe, tia, professora, amiga, vizinha, colega... Não foi apenas uma vida ceifada de maneira covarde e cruel, mas uma vida com múltiplas representações e significados.
Aline, que sonhava em ser terapeuta, talvez com o desejo de reparar o que já estava quebrado e, possivelmente, sem chances de recuperação moral e de caráter: o seu próprio algoz.
Aline, uma mulher como tantas outras que perdem suas vidas a cada minuto neste país, vítimas de homens que acreditam ser donos e proprietários de suas companheiras. E, por se julgarem donos, sentem-se no direito de praticar qualquer tipo de violência, inclusive tirar suas vidas, seus projetos, seus sonhos e seus laços.
Essa tragédia não é apenas sobre Aline, mas sobre uma realidade que clama por justiça e mudanças.
Que o acusado seja sentenciado à pena máxima. Isso não trará Aline de volta, mas aliviará, ainda que minimamente, a sensação de que a vida de uma mulher pode ser ceifada pelos caprichos do machismo estrutural. Para aqueles que amam Aline — e tantas outras Alines —, talvez a dor seja menos insuportável diante da esperança de justiça.
Leonaci Rios
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