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Saúde

Funcionários do Hospital das Clínicas em Salvador entram em greve por falta de insumos e equipamentos de proteção

O Hupes enviou uma nota imprensa soteropolitana na qual a Ebserh diz ter sido "surpreendida com a comunicação de greve.


Funcionários do Hospital Universitário Professor Edgard Santos (Hupes) estão em greve por tempo indeterminado, a partir desta quinta-feira (13). A paralisação ocorre em protesto contra a falta de insumos e equipamentos de proteção individual (EPI) para realização dos procedimentos e cirurgias. O protesto também se deve a questões trabalhistas junto à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

Segundo o coordenador de Políticas Públicas do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal no Estado da Bahia (Sintsef-BA), Alessandro Cerqueira, os funcionários não paralisaram totalmente as atividades. "A manifestação está acontecendo sem aglomeração, com escala de serviço mínimo pros setores não críticos e escala diferenciada pros setores críticos, consultando os trabalhadores para ver qual o percentual mais adequado", diz.

Ele afirma que o Hupes, assim como outros hospitais geridos pela Ebserh, está "desassistido" e recebe material de má qualidade. Por essa razão, o atendimento aos pacientes está limitado. "Estamos hoje com menos de 10% dos leitos em operação. Em uma pandemia, estamos deixando de atender a comunidade de forma mais digna porque não temos insumos. As agulhas e seringas vêm quebradas, material de má qualidade. Estão nos dando EPIs sem qualidade nenhuma. Está faltando luva de procedimento. Queremos que a empresa comece a prestar atenção nos hospitais que estão desassistidos. Não entendemos por que o Hupes está passando por isso", pontua, acrescentando que os funcionários tentam negociar com a superintendência da unidade há dez dias, sem sucesso.

Além disso, segundo Cerqueira, a Ebserh se recusa a conceder reajuste salarial aos funcionários e quer promover mudanças no cálculo do adicional de insalubridade. "Tem a questão da empresa estar tentando retirar a insalubridade com base no salário básico para colocar sobre o salário mínimo. A empresa não quer conceder reajuste alegando o estado de calamidade devido à pandemia, desde março de 2020, mas nossa data-base é em fevereiro", explica.

Outro lado

O Hupes enviou uma nota imprensa soteropolitana na qual a Ebserh diz ter sido "surpreendida com a comunicação proferida pelas entidades sindicais de deflagração de greve durante a pandemia", durante o processo de negociação. A empresa alega que as conversas com a categoria não foram encerradas e o processo de Mediação e Conciliação Pré-Processual segue em curso no Tribunal Superior do Trabalho (TST).

"A surpresa se deve principalmente pelo fato de que, dentro do processo de mediação, foi acordado entre todas as partes envolvidas um prazo até a próxima quinta-feira (20) para que a estatal envie uma nova proposta", diz o comunicado.

Em relação às queixas dos funcionários da unidade, a Superintendência do Hupes também afirmou não ter sido procurada por nenhum sindicato para qualquer tipo de negociação. A Ebserh ainda alega que a mudança no cálculo do pagamento do adicional de insalubridade só ocorrerá ao final da pandemia. Sobre a falta de insumos, a estatal diz que "não tem medido esforços para buscar as melhores condições possíveis para os trabalhadores da empresa".

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