Dados do Imperial College de Londres, no Reino Unido, apontam que a taxa de transmissão (Rt) do novo coronavírus para esta semana no Brasil é a maior desde o mês de maio. As informações foram divulgadas nesta terça-feira (24).
De acordo com o relatório, o índice está em 1,30, o que significa que cada 100 pessoas contaminadas acabam transmitindo o vírus para outras 130. Mas esse número pode ser ainda maior por conta da taxa de erro. Nesse cenário a cada 100 pessoas com a doença, outras 145 ou 86 seriam contaminadas.
Segundo informações do G1, a última vez que a taxa máxima de transmissão no país foi maior do que a vista nesta semana foi na semana de 17 de maio. Na época, o Rt estava, de novo, em 1,30, mas o valor máximo podia chegar até 1,47, segundo a margem de erro.
Para especialistas, "a notificação de mortes e casos no Brasil está mudando; os resultados devem ser interpretados com cautela".
O "ritmo de contágio" é um número que traduz o potencial de propagação de um vírus: quando ele é superior a 1, cada infectado transmite a doença para mais de uma pessoa e a doença avança.
Após ficar abaixo de 1 por cinco semanas seguidas, a taxa no Brasil voltou a ficar acima de 1 no início de novembro.
Na última segunda-feira (23), cientistas brasileiros divulgaram uma nota técnica na qual afirmam que o país vive o "início de uma 2ª onda". Segundo esses pesquisadores, entre os principais fatores estão: falta de testagem sistemática com rastreamento de casos; falta de uma política central coordenada, clara e eficaz de enfrentamento da situação; e afrouxamento das medidas de isolamento sem evidências empíricas, sem uma análise cuidadosa por um painel de especialistas.
Até às 8h de terça, o Brasil tinha 169.541 mortes por coronavírus, segundo levantamento do consórcio de veículos de imprensa.