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Eleições 2022

2º turno: Ex-opositores desconsideram críticas e apoiam Lula e Bolsonaro

Com uma coleção de declarações de reprovação ao petista, Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB), derrotados no primeiro turno presidencial, integram a lista dos que criticavam Lula e, agora, dão suporte a sua candidatura.

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Os candidatos à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), que avançaram para o segundo turno no último domingo (2), tentam agora conquistar o maior número possível de declarações de apoio. Antigos críticos dos candidatos têm deixado as divergências de lado e se posicionado na disputa.

Com uma coleção de declarações de reprovação ao petista, Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB), derrotados no primeiro turno presidencial, integram a lista dos que criticavam Lula e, agora, dão suporte a sua candidatura.

No caso de Bolsonaro, o ex-ministro da Justiça Sergio Moro (União-PR), que deixou o governo levantando suspeitas de interferência do presidente na Polícia Federal (PF), manifestou apoio à chapa.

Ciro Gomes disse que Lula pratica "fascismo"

Ex-ministro do governo Lula, Ciro Gomes começou a se opor ao petista durante a pré-campanha e foi aumentando o tom ao passo que o primeiro turno se aproximava.

O pedetista chegou afirmar, em julho, que as investidas do PT para tentar obter apoio do MDB eram "uma "prática fascista de invadir o partido dos outros e tirar o direito dos outros participarem das eleições". Segundo Ciro, o objetivo da campanha de Lula era fazer com que os emedebistas abandonassem a candidatura de Simone Tebet para apoiar o petista.

Nesse contexto, Ciro também chegou a comparar a campanha petista com o nazismo.

O pedetista criticou a corrupção dos governos petistas e disse, mais de uma vez, que Lula seria o responsável pela ascensão do bolsonarismo. Além disso, chegou a mencionar que o ex-presidente estaria "debilitado psicologicamente".

"[O Lula] está junto com a mesma quadrilha. O Lula se acertou com Geraldo Alckmin, se acertou com Michel Temer, Geddel Vieira Lima, o Lula está agarrado com o Eunício Oliveira, ou seja, não aprendeu nada, está se juntando com a mesma quadrilha que o levou para a cadeia, e eu vou ser obrigado a engolir isso em nome de quê?", afirmou Ciro, em sabatina na Record.

Na terça-feira (4), Ciro seguiu seu partido e declarou apoio à campanha do PT. Em seu comunicado, no entanto, não citou o nome de Lula.

Ao sair do governo, Moro levantou suspeitas sobre interferência na PF

Quando pediu demissão do cargo de ministro da Justiça do governo do presidente Bolsonaro, em abril de 2020, Sergio Moro levantou suspeitas de que o chefe do Executivo estaria interferindo politicamente na Polícia Federal e disse "não concordar" com tal prática.

"[Bolsonaro quer uma pessoa para a qual] pudesse ligar, colher informações, que pudesse colher relatórios de inteligência, seja o diretor-geral, seja o superintendente, e realmente não é o papel da PF prestar esse tipo de informações", opinou Moro em 2020.

"Ele [Bolsonaro] assumiu um compromisso comigo que seria escolha técnica [para a direção da PF], eu faria essa escolha. [O nome] poderia ser alterado desde que tivesse uma causa consistente", explicou o ministro. "Não tendo [justificativa] e percebendo essa interferência política é algo que não posso concordar", completou. "Eu disse que seria uma interferência política. Ele disse que era mesmo", disse Moro ao comunicar sua demissão em entrevista à imprensa.

Moro chegou ser pré-candidato à Presidência, e se colocava como um nome da terceira via, em oposição aos atuais candidatos do segundo turno. No entanto, ao se lançar ao Senado pelo estado do Paraná, o ex-ministro acenou a Bolsonaro, afirmando que os dois tinham um inimigo em comum, referindo-se ao PT.

Após eleito, Moro escreveu: "Lula não é uma opção eleitoral, com seu governo marcado pela corrupção da democracia. Contra o projeto de poder do PT, declaro, no segundo turno, o apoio para Bolsonaro".

Tebet diz que Lula representa Mensalão e Petrolão

Ex-candidata à Presidência, a senadora Simone Tebet fez críticas ao governo Lula durante a campanha e citou que o ex-presidente responde a processos na Justiça.

"Quem acha que o eleitor não sabe o que acontece e não tem sabedoria menospreza a força do povo brasileiro. O povo é sábio e sabe que o ex-presidente Lula ainda responde à Justiça em diversos processos", disse Tebet em setembro.

A candidata afirmou, em agosto, que "é triste o Brasil ter que fazer uma escolha entre o Mensalão e Petrolão e o escândalo da Educação e da compra de vacinas", em referência a Lula e Bolsonaro.

Nesta quarta (5), ela declarou apoio ao petista no segundo turno. À CNN, a senadora afirmou, nesta quarta (5), que mantém as críticas, mas "isso é passado".

"Repito e mantenho todas as críticas que fiz. Acho que um mea culpa é importante. Mas isso é passado. É olhar para frente e o que eu coloquei daqui para frente é isso: um ministério que tenha como premissa a pluralidade (…) e que tenha, em seu governo, ministros competentes, éticos e que tenham vontade de servir às pessoas", disse Tebet.

Ex-candidata da "terceira via", a senadora virou opositora da polarização entre Lula e Bolsonaro.

"Tivemos ali alguns embates importantes. Nós estamos falando de duas figuras que hoje se personalizam como se representassem o Brasil", declarou Tebet em agosto.

Após citar frustração, Rodrigo declara apoio "incondicional" a candidatura do presidente

Ao lado de Bolsonaro e do candidato ao governo de São Paulo Tarcísio de Freitas, o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, que saiu derrotado na tentativa de se reeleger ao executivo do estado, declarou apoio "incondicional" à reeleição de Bolsonaro.

"É um apoio incondicional ao presidente Bolsonaro e ao Tarcísio [de Freitas]", disse Garcia.

Em abril, no entanto, o governador de São Paulo disse ser um eleitor frustrado do Bolsonaro.

"Sou um eleitor frustrado do Bolsonaro. Ele ganhou com uma agenda de reformas e parou na primeira, a da Previdência. Não encarou as outras reformas necessárias para o Brasil, como a administrativa e a tributária. Frustrou a mim e a milhões de brasileiros que acreditaram em um projeto, uma narrativa eleitoral que não se confirmou. Bolsonaro candidato falou uma coisa e, no governo, fez outra", disse o tucano.

Roberto Freire disse que Lula nunca deu exemplos de democracia, e sim de populismo e corrupção

O Cidadania declarou apoio ao ex-presidente Lula no segundo turno da eleição presidencial na terça (4). No Twitter, o presidente da legenda, Roberto Freire, afirmou: "Um velho comunista que se lembra de quem em 1989 nos do velho PCB mesmo com discordâncias sérias com Lula e o PT estivemos no segundo turno contra Collor. "Sou Lula porque sou Freire". Hoje "Sou Lula porque sou Simone Tebet"".

Em setembro, no entanto, Freire afirmou que o ex-presidente "nunca deu exemplos de democracia".

"Será que você se entristeceu quando lutávamos pelo impeachment de Bolsonaro e o seu "grande democrata" Lula era contra a medida e cinicamente boicotava as manifestações ? Lula nunca me deu exemplos de democracia mas sim de populismo e infelizmente de corrupção quando no governo", escreveu Freire em seu Twitter.

Lula e Bolsonaro disputam o segundo turno da eleição presidencial no próximo dia 30. Os candidatos ainda se movimentam em busca de novos apoios.


(Informações CNN Brasil)

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