Três candidaturas à presidência da República deixaram explícito em seu plano de governo que pretendem legalizar o aborto no Brasil.
As três candidaturas são do campo da esquerda, mas nenhuma delas aparece com chances de vitória nas urnas: Léo Péricles (UP), Sofia Manzano (PCB) e Vera Lúcia (PSTU).
"Além da ampliação da licença maternidade e paternidade, defendemos a legalização do aborto, com garantia de atendimento na rede pública de saúde", diz Manzano em seu programa.
Péricles e Vera Lúcia também falam em legalização - não apenas em descriminalização, que retiraria a interrupção da gravidez da legislação penal.
Dois candidatos mais próximos à esquerda e que têm maior envergadura eleitoral preferem deslizar quando questionados sobre o tema: casos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Ciro Gomes (PDT).
Lula, no entanto, deu declarações públicas falando que aborto é uma questão de saúde pública e ter "direitos reprodutivos" nas diretrizes de seu plano. As propostas divulgadas por Lula não fazem menção ao tema.
O petista diz apenas que "o Estado brasileiro deve assegurar a proteção integral da dignidade humana das mulheres, assim como desenvolver políticas públicas de prevenção contra a violência e para garantir suas vidas".
Já Ciro promete "programas informativos de prevenção à gravidez". Seu comitê de campanha optou por não tocar no assunto de vontade própria para que não percam os votos conservadores que Ciro busca alcançar fazendo oposição ferrenha ao PT.