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Eleições 2022

PT lança Jerônimo Rodrigues como pré-candidato

Em um rápido discurso, Jerônimo disse que ainda está na fase de apresentação de seu nome ao eleitorado da Bahia

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Pouco conhecido dos baianos e patinando nas pesquisas de intenção de votos, o ex-secretário de Educação da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), lançou oficialmente, ontem, a sua pré-candidatura ao governo da Bahia. O ato político, realizado no Wet'n Wild, trouxe a Salvador o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, principal liderança nacional do PT, com a missão de apresentar Jerônimo ao eleitorado do estado.

Lula, porém, focou boa parte de seu discurso - de quase 40 minutos - na disputa presidencial, com duras críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Defendeu ainda o legado das gestões petistas à frente do Palácio do Planalto e propostas que considera essenciais para impulsionar o país caso seja eleito em outubro próximo.

O evento começou com mais de duas horas de atraso. A militância petista, que superlotou o espaço, penou com a aglomeração e o forte calor. Além de Jerônimo e Lula, participaram do ato político o candidato a vice na chapa petista, o vereador Geraldo Jr. (MDB), o governador Rui Costa, os senadores Jaques Wagner e Otto Alencar, além da deputada Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT.

Em um rápido discurso, Jerônimo disse que ainda está na fase de apresentação de seu nome ao eleitorado da Bahia. "As pessoas às vezes perguntam: quem é Jerônimo? Eu só tenho uma coisa a dizer: assim como Rui Costa foi uma surpresa, uma vitória e um sucesso, eu serei o governador da surpresa, da vitória e do sucesso", afirmou.

Como Jerônimo Rodrigues ainda é desconhecido da população, a estratégia do PT é nacionalizar a campanha, aproveitando a boa avaliação de Lula e do partido na Bahia. Em sua fala, o ex-presidente da República admitiu que Jerônimo é "desconhecido".

"Quando eu fui avisado por Rui e Wagner que eu deveria vir à Bahia para fazer uma apresentação do companheiro Jerônimo eu pensei que se tratava de Jerônimo, o Herói do Sertão [uma série de televisão brasileira produzida e exibida pela extinta TV Tupi do Rio de Janeiro, entre 20 de novembro de 1972 até 9 de novembro de 1973]", brincou Lula. "Quando eu cheguei aqui descobri que era o secretário da Educação. Mas na verdade, era o herói do sertão porque um cara que nasceu numa cidade chamada Aiquara e agora é candidato a governador da Bahia, é um verdadeiro herói", acrescentou.

Na sequência, o ex-presidente passou a defender o legado do PT na Presidência da República. "Tenho certeza que o melhor momento que o Brasil viveu, desde que foi proclamada a República, foi quando o PT governou este país", afirmou, acrescentando que boa parte dos projetos formulados e implentados por ele e pela ex-presidente Dilma foram destruídos pelo atual governo. "Não tem mais o Minha Casa, Minha Vida. Não tem mais emprego com carteira assinada. Inventaram algumas reformas. Destruíram a CLT [Consolidação das Leis do Trabalho], depois fizeram a reforma da Previdência. É importante lembrar que, até 2014, a Previdência era superavitária", afirmou.

Corrupção

Sem fazer referências aos casos de corrupção que ocorreram durante os governos petistas, Lula criticou o orçamento secreto - um esquema montado pelo governo Jair Bolsonaro, em 2020, para beneficiar deputados federais e senadores com a indicação da destinação de dinheiro das emendas de relator-geral (também chamadas RP9) em troca de apoio no Congresso Nacional.

Disse ainda que, caso eleito, irá governar sem ódio, sem qualquer sentimento de vingança. "A gente tem que governar com o coração de mãe, tratar de quem mais necessita. O povo precisa de esperança e respeito", afirmou. Lula lembrou ainda algumas realizações dos governos petistas. Ele disse que 36 milhões de brasileiros deixaram a situação de miséria absoluta, foram construídas 19 universidades federais e outras 500 novas escolas técnicas e implementados os programas Águas para Todos e o Minha Casa Minha Vida, dentre outros. "Quem precisa do estado não é o rico, é o pobre", disse.

Lula também criticou o presidente Jair Bolsonaro (PL), culpando oatual governo pela alta dos preços. "Na época em que o PT governou o Brasil, o preço do barril do petróleo chegou a US$ 147 e a gasolina custava só R$ 2,70. Não é pela guerra, é pela falta de capacidade do atual presidente da República, que não sabe governar. A única coisa que ele sabe fazer é fake news. É contar sete mentiras por dia e o Brasil não suporta sete mentiras por dia", pontuou. Ele também criticou a privatização da Refinaria Landulpho Alves, na Bahia, e a provável venda da Eletrobras.

Já o governador Rui Costa chorou ao agradecer a Jaques Wagner pela parceria no Governo do Estado. Rui descartou qualquer divergências entre eles. "Para aqueles que não acreditam em projeto coletivo, em amizade duradoura, em lealdade, em graditão, que tentaram plantar intrigas e fofocas. Quero afirmar para a Bahia que esse aqui é um amigo de 40 anos", disse Rui durante o discurso.

Em 2022, o PT completa 16 anos à frente do governo da Bahia. Na eleição deste ano, terá como principal concorrente o ex-prefeito de Salvador ACM Neto, líder nas pesquisas. O mais recente levantamento, divulgado ontem pelo Instituto Séculus, aponta que ACM Neto (União Brasil) vence em todos os cenários da corrida pelo governo do estado.

Na pesquisa espontânea, ele aparece com 33,77% das intenções de voto, seguindo de Jerônimo Rodrigues (PT) com 3,60%, João Roma (PL) com 1,77% e Kleber Rosa (PSol), com 1,05%. Já na estimulada, Neto lidera com 63,48% das intenções de voto. Jerônimo aparece em segundo, com 6,54%, João Roma em terceiro, com 5,69% e Kleber Rosa (1,83%). Votos nulos somam 12,37% e não sabem ou não opinaram são 10,08%.

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