As Chuvas de verão, aliadas a doenças do camarão, reduzem produção e Maricultura demite 224 trabalhadores em Valença na última terça-feira (18). Conforme noticiam os jornalistas Wellington Anumpciação e Magno Jouber do Baixo Sul News, quarta-feira (19), desta semana.
Em entrevista ao engenheiro responsável pelo setor de produção da empresa Maricultura, Paulo César, os jornalistas obtiveram informações preocupantes sobre as causas das dispensas nesta terça (18) e quarta-feira (19) do setor de carcinicultura, que agregam Valença e Salinas da Margarida os criatórios de camarões das empresas Soagro, Valença Maricultura, Maricultura da Bahia e Salinas Maricultura, todas do Grupo MPE.
De acordo com Paulo César, as demissões, que também atingiram setores estratégicos da empresa como gerência e encarregados foram motivadas devido à queda de produção ocasionada pelas atividades da doença Mancha Branca (White Spot Syndrome Vírus), de etiologia viral, que, aliado as ultimas frentes frias, reduziu de forma significativa a produção das espécies dos viveiros. Contribuindo para esse desastre, outro vírus, o Nin, doença de crustáceos que reapareceu em Valença, também agravou a queda de produção. "A nossa produção, que era de 5 mil toneladas/ano, caiu em 2013/2014 para apenas 800 toneladas de camarão", reconhece Paulo César.
Ele também informou que nos últimos dois anos o setor de produção vinha se recuperando e as previsões eram animadoras para 2020, mas com o verão atípico, com muitas frentes frias, a produção despencou. Dentro do planejamento para fevereiro, março e abril, caso as chuvas persistem, novas demissões poderão ocorrer. Sobre uma possível desativação da empresa, ele descartou essa possibilidade.
As Mariculturas de Valença ocupam uma área de mil hectares, distribuídos em viveiros de 20 a 40 hectares, estão em atividades na Bahia a cerca de 40 anos e em Valença há 30 anos, atualmente empregavam cerca de 600 trabalhadores, desses, 224 foram demitidos. A maior produção de camarões e também o maior número de empregados das empresas estão concentrados em Valença (550); em Salinas, apenas 50 trabalhadores continuam em atividade.
*Informações Baixo Sul News