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Coronavírus

'O coronavírus deve chegar ao Brasil, mas não há motivo para pânico', diz cientista da Fiocruz

Entenda: O que já se sabe sobre o coronavírus

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A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) anunciou na noite desta sexta-feira (24) a criação de uma "sala de situação" para acompanhar o desenrolar da epidemia de coronavírus que começa a transbordar da China para outros países.

Entenda: O que já se sabe sobre o coronavírus

Qual é a origem do vírus?

O novo vírus é apontado como uma variação da família coronavírus. Os primeiros coronavírus foram identificados em meados da década de 1960, de acordo com o Ministério da Saúde.

A variação que está infectando diversas pessoas na China e em outros 6 países é conhecida tecnicamente como 2019-nCoV. Ainda não está claro como ocorreu a mutação que permitiu o surgimento do novo vírus.

Outras variações mais antigas de coronavírus, como SARS-CoV e MERS-CoV, são conhecidas pelos cientistas. Estas variações foram transmitidas entre gatos e humanos e entre dromedários e humanos, respectivamente.


A primeira reunião dos pesquisadores envolvidos no esforço nacional de vigilância e preparação ocorrerá na segunda-feira (27), com presença de pesquisadores, técnicos e representantes do Ministério da Saúde, além de integrantes das secretarias de saúde estadual e municipal do Rio.

O pesquisador Rivaldo Venâncio detalha abaixo os esforços da instituição.

Qual vai ser o papel da Fiocruz no esforço de monitoramento e eventual reação à chegada do novo coronavírus no Brasil?

A Fiocruz está em permanente diálogo com o Ministério da Saúde para acompanhar o cenário epidemiológico do novo coronavírus. Temos um laboratório que é referência nacional para diagnóstico laboratorial de vírus respiratórios. E temos dois institutos nacionais, também de referência, para atendimento a pacientes, além de um centro de saúde voltado para a atenção básica. Toda essa nossa capacidade poderá ser acionada na eventual chegada do vírus, seguindo os protocolos definidos. Não seremos pegos de surpresa.

O coronavírus vai chegar?

Considerando a grande circulação de pessoas entre os continentes, é bastante provável que esse vírus chegue ao Brasil. Mas é importante que a população saiba que a identificação do novo coronavírus no país não deverá ser motivo para alarde ou pânico. Como acontece com todos os vírus respiratórios, há sempre uma quantidade muito grande de casos leves e moderados. Acreditamos que, a exemplo do que acontece com outros tipos de coronavírus, o comportamento permaneça o mesmo. Ou seja, muitos casos leves a moderados e as formas mais graves da doença acometendo àquela população que já faz parte dos grupos considerados mais vulneráveis a doenças respiratórias, como idosos, crianças, gestantes, pessoas com doenças crônicas ou com imunodeficiência.

O que as pessoas devem fazer para se prevenir?

A recomendação é que esses grupos potencialmente mais vulneráveis às formas graves da doença estejam mais atentos às manifestações clínicas. É importante destacar que todas as medidas estão sendo tomadas, os cenários estão sendo permanentemente avaliados pelo Ministério da Saúde e órgãos competentes e há grupos na rede pública dedicados ao acompanhamento dessa situação.

A Fiocruz já está com a sequência genética do vírus em mãos? Já iniciou algum estudo?

No dia 12 de janeiro, a China compartilhou a sequência genética do novo coronavírus em bancos de dados internacionais, incluindo o GISAID (Global Initiative on Sharing All Influenza Data). Pesquisadores da Fiocruz, assim como especialistas em diferentes países, atuam na análise dessas informações com o objetivo de compreender as características do novo coronavírus.

A Fiocruz já tem alguma amostra do vírus em mãos?

A Fiocruz recebeu, na tarde do dia 23/1, amostra enviada pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais . O material foi processado para patógenos respiratórios adicionais e o resultado já foi divulgado pela própria Secretaria. (o exame deu negativo) . Não foram recebidas outras amostras até o momento.

Existe capacidade laboratorial para diagnóstico preciso do vírus?

A Fiocruz tem uma experiência de quase 40 anos com vírus respiratórios e capacidade laboratorial de referência. Com relação ao novo coronavírus, somente no dia 12 de janeiro, quando a China compartilhou a sequência genética em bancos de dados internacionais, os insumos necessários para esse diagnóstico específico começaram a ser preparados. Ou seja, não eram insumos que estavam disponíveis no mercado, mas já foram comprados pela Fiocruz. Não existe ainda sorologia (exame imunológico) disponível para o novo coronavírus. Os testes a serem realizados são baseados em técnicas de biologia molecular.

A Fiocruz está fazendo algum trabalho de orientação para profissionais de saúde lidarem com uma eventual chegada do vírus?

As unidades de assistência da Fiocruz estão atualizando seus planos de contingência para atendimento a síndromes gripais, e esses manuais poderão servir de orientação para outros serviços de saúde. Outra possibilidade, que poderá ser discutida e avaliada, é a disponibilização de um curso a distância para profissionais de saúde, como já fizemos para zika e chicungunha.




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