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Bahia

Extrema pobreza aumenta na Bahia e gestão estadual culpa política do governo Bolsonaro

Só nos últimos dois meses, de agosto até o agora, o número de famílias nessa faixa social saiu de 2,54 milhões para 2,62 milhões no estado

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A extrema pobreza na Bahia cresceu 41,8% desde dezembro de 2018. Só nos últimos dois meses, de agosto até o agora, o número de famílias nessa faixa social saiu de 2,54 milhões para 2,62 milhões no estado. Para Carlos Martins - secretário estadual da Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social -, o desastre social vivido pela Bahia é resultado direto da política praticada pelo governo federal, sob o comando do presidente Jair Bolsonaro (PL).

"O aumento das pessoas em extrema pobreza, no Brasil como um todo, reflete a política nacional do governo federal. Ela está calcada em três pontos: primeiro, o alto índice de desemprego, que coloca as pessoas em situação de vulnerabilidade social; segundo, a inflação do período, que retira dos mais pobres o poder de compra; e terceiro, o desmantelamento de políticas públicas de assistência, que, ao longo desse período, sofreram ou redução de orçamento forte ou até zerou, como foi o caso das cisternas", apontou Martins.

Em todo o país, são 49 milhões de pessoas - o correspondente a 23% da população brasileira - que afirmam não ter renda suficiente para sobreviver. Quase metade, 23 milhões, é moradora do Nordeste. Mas o número também assusta no Sudeste, região mais rica do país, onde 13 milhões vivem na extrema pobreza. De acordo com Carlos Martins, a Bahia sofre ainda mais com a situação ruim enfrentada pelo Brasil, devido às suas condições sociais e geográficas.

"Essas coisas refletem no nacional e, na Bahia, mais ainda. Porque a Bahia é um estado com 15 milhões de habitantes, dos quais quase 60% vive no semiárido e, historicamente, tem o maior número de pessoas no Bolsa Família, o que também representa um número alto no CadÚnico. Então, quando você analisa que em dezembro de 2018 nós tínhamos 1,7 milhões e agora nós temos mais de 2,6 milhões, realmente é um crescimento alto", avaliou o secretário.

Carlos Martins fez críticas aos diversos cortes de gastos realizados pelo governo Bolsonaro na área social. Segundo ele, a retirada de investimentos de programas relativos à construção de cisternas, à distribuição de alimentos e ao fortalecimento da saúde pública.

"O programa de cisternas e o Programa de Aquisição (PA) de Alimentos são dois programas simples, mas que precisam de recursos. É preciso trabalhar com recursos orçamentários para que esses programas cheguem à população", disse Martins.

"Quando se criou o programa de cisternas, se reduziu o êxodo de pessoas do Nordeste para o sul do país, reduziu a fome. Porque você tem um programa simples, que recolhe a água da chuva, que leva seis meses na cisterna e ela pode plantar ali alguns produtos alimentares, reduzindo uma série de vulnerabilidades. A lógica fundamental é você investir cada vez mais em programas desse tipo, que cheguem nas pessoas", continuou o secretário.

O secretário aproveitou para criticar o corte de gastos na Saúde, para o financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS).

"A mesma coisa está acontecendo com o SUS. São R$ 70 bilhões retirados do Sistema Único de Saúde. Seja pela PEC do Teto de Gastos, seja pela desvinculação dos royalties do petróleo [pré-sal] ou seja pelo corte no orçamento de 2023. Ou seja: quando você retira R$ 70 bilhões do maior programa de saúde do país, você influencia na vida das pessoas, no sentido de jogá-las para a extrema pobreza. São políticas simples que precisam ser feitas", finalizou Martins.

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