Imagens divulgadas quarta-feira (30) levantaram novas suspeitas em relação à origem do óleo que vem contaminando as praias do Nordeste desde setembro. Pesquisadores do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélite (LAPIS) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e do Instituto de Geociências da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) identificaram em imagens captadas por satélite, suposta mancha óleo de aproximadamente 200 km² próxima ao extremo sul da Bahia. De acordo com análise feita pelo pesquisador Humberto Barbosa, do LAPIS, a descoberta pode levar à identificação da origem do óleo.
"Ontem tivemos um grande impacto, pois pela primeira vez, encontramos uma assinatura espacial diferenciada. Ela mostra que a origem do vazamento pode estar ocorrendo abaixo da superfície do mar. Com isso, levantamos a hipótese de que a poluição pode ter sido causada por um grande vazamento em minas de petróleo ou, pela sua localização, pode ter ocorrido até mesmo na região do Pré-Sal", disse Barbosa.
No entanto, a Marinha negou que a mancha avistada pelo satélite seja do mesmo óleo que tem poluído as praias nordestinas.
"Informamos que não se trata de óleo. Foram feitas quatro avaliações para confirmar: consulta aos especialistas da ITOF [Federação Internacional de Poluição por Petroleiros], monitoramento aéreo e por navios na região e por meio de satélite", diz a nota divulgada pela Marinha do Brasil.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) também negou a possibilidade e disse que a imagem poderia ser de uma célula meteorológica. Até agora, a hipótese levantada pelo Ibama é de que o óleo seja venezuelano. Até essa terça-feira (29), 268 pontos de 94 municípios do Nordeste foram atingidos pelas manchas de óleo.
Os pesquisadores da Climatempo e da StormGeo já estão analisando as imagens e em breve também informarão suas avaliações.