Um estudo realizado em conjunto com o Instituto do Coração (InCor) e a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), apontou que a terceira dose de vacina contra a Covid-19 é recomendada para indivíduos com 55 anos de idade ou mais, que receberam a CoronaVac.
O estudo tinha como objetivo avaliar como o sexo e a idade das pessoas poderiam impactar na resposta ao imunizante. Primeira vacina disponível no Brasil, a CoronaVac foi usada para vacinar o público considerado mais vulnerável como idosos e profissionais de saúde.
No estudo foram avaliadas amostras de sangue de 101 pessoas (das quais 42 tinham mais de 60 anos) completamente vacinadas com a CoronaVac; 72 pessoas que se recuperaram da doença e adquiriram anticorpos por exposição e 36 pessoas que compunham o grupo de controle, ou seja, não foram nem vacinadas e nem infectadas pelo vírus.
A pesquisa destaca ainda que após determinada idade, a proteção induzida pela CoronaVac contra a Covid-19 não é tão pronunciada quanto a proteção adquirida naturalmente, após a infecção pelo vírus.
O estudo diz que 95% dos vacinados apresentam células T, responsáveis pela eliminação das células infectadas ou anticorpos contra o coronavírus. Entre os indivíduos que foram infectados pelo vírus e se recuperaram esse percentual sobe para 99%.
Os resultados mostram que pessoas acima dos 55 anos recuperadas pela infecção natural apresentaram até 6 vezes mais anticorpos anti-spike do que os indivíduos com a mesma idade que haviam sido vacinados.
A pesquisa também mostrou que o sexo parece influenciar na resposta da vacina. Enquanto que 60% das mulheres com mais de 55 anos apresentaram anticorpos e resposta celular contra o vírus, nos homens esse percentual caiu para apenas 28%.
No estudo, os pesquisadores sugerem que pessoas acima dos 55 anos que receberam as duas doses de CoronaVac poderiam se beneficiar de uma terceira dose de uma vacina diferente.
Apesar da taxa de proteção decair acima dos 55 anos de idade, todas as pessoas avaliadas apresentaram algum nível de proteção contra a Covid, ou seja, elas não estavam completamente desprotegidas contra o vírus após serem vacinadas.
A resposta imune nessa faixa etária de vacinados contra a Covid-19 foi de 94% em mulheres e 83% nos homens.