Em sua 240ª reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic para 5,25% a.a. Além disso, o Copom também sinalizou que irá fazer um novo aumento na mesma proporção de 100 pontos-base na próxima reunião do comitê, que acontece nos próximos dias 21 e 22 de setembro de 2021.
O Copom pontuou em sua ata uma possível reversão, ainda que parcial, do aumento recente nos preços das commodities internacionais em moeda local produziria trajetória de inflação abaixo do cenário básico. No entanto, reiterou questões como o risco fiscal do país como fatores preponderantes para um novo aumento na taxa básica de juros.
"Por outro lado, novos prolongamentos das políticas fiscais de resposta à pandemia que pressionem a demanda agregada e piorem a trajetória fiscal podem elevar os prêmios de risco do país. Apesar da melhora recente nos indicadores de sustentabilidade da dívida pública, o risco fiscal elevado segue criando uma assimetria altista no balanço de riscos, ou seja, com trajetórias para a inflação acima do projetado no horizonte relevante para a política monetária", diz um trecho do comunicado.
Consultor econômico da Arazul Capital, Rafael Sales ressaltou que o aumento da taxa já era esperado pelo mercado, e alertou sobre os possíveis novos aumentos na tarifa de energia, que devem ser repassados diretamente aos produtos, situação que afetaria diretamente o consumidor.
"A decisão do Copom em aumentar a taxa Selic para 5,25% ao ano já era esperada pelo mercado. Após o anúncio do aumento da tarifa de energia da bandeira vermelha-2 em 52%, em junho, esperamos que esse custo seja repassado aos produtos nos próximos meses. A consequência é que os próximos indicadores de inflação vão mostrar uma elevação de preços persistentes, então o Banco Central precisou agir o quanto antes para não deixar a inflação escapar da meta no fim do ano", afirmou o economista.
Fizeram parte da 240ª reunião do Comitê de Política Monetária os seguintes participantes: Roberto Oliveira Campos Neto (presidente do Banco Central do Brasil e Copom), Carolina de Assis Barros, Fabio Kanczuk, Fernanda Magalhães Rumenos Guardado, João Manoel Pinho de Mello, Maurício Costa de Moura, Otávio Ribeiro Damaso e Paulo Sérgio Neves de Souza.