Uma família de Itamari, denunciou que policiais militares invadiram a casa em que eles moram sem mandado judicial e agrediram mãe e filho. A ação foi registrada com a câmera de um celular, que chegou a ser confiscado pelos policiais.
O caso aconteceu no dia 1º de outubro e o registro foi feito na delegacia no dia seguinte. Nesta quarta-feira (14), a Polícia Militar informou que os envolvidos na ação estão afastados das atividades operacionais.
A dona da casa, que não quis ser identificada, por medo de represálias, conseguiu gravar algumas imagens dos policiais no local.
"Estou dentro da minha casa e dois policiais [chegaram]. Um invadiu a minha casa e agora está saindo. E o outro está aqui na porta. Abriram meu portão que estava fechado, e invadiram a minha casa. Nós não somos ladrões, nem traficantes, para ser tratado desse jeito. Meu marido trabalha e nós temos nossos direitos", narrou ela no vídeo.
"Aqui é meu quarto, que eles reviraram a cama, o lençol, bagunçaram a roupa toda. A sacola dos meus medicamentos, e ficou assim, esse teatro que eles fizeram, esse show aqui em casa", disse a dona de casa.
As imagens mostram ainda que quando a mulher chegou na porta de saída da casa, o policial começou a gritar com ela, perguntando onde o marido dela trabalha.
"Nós temos os nossos direitos e você não têm obrigação [direito] nenhuma de entrar aqui na minha casa", rebateu a dona de casa.
A vítima contou que antes da agressão a ela, o policial também ameaçou e agrediu o filho dela. Segundo a dona de casa, o jovem, que se chama Felipe, teve uma arma apontada para a cabeça.
"Fizeram Felipe ajoelhar, botaram a arma na cabeça de Felipe. Fizeram Felipe tirar o gorro da cabeça. Fizeram Felipe abrir o celular, ver o que ele tinha, tirar senha. Fizeram uma bagunça, deixaram os armários tudo aberto. Procurando o quê? Eu não sei", relatou a mulher.
A vítima contou que, após tomar o celular da mão dela, o policial confiscou o aparelho e apagou as imagens gravadas, mas a família conseguiu recuperar o aparelho e as gravações.
"A irmã de meu esposo chegou, foi lá conversar com ele para entregar o celular. Porque meu celular não tem senha. Ele apagou, mas a minha irmã conseguiu resgatar a imagem pegando ele saindo de dentro de casa", disse ela. A Polícia Militar foi questionada se tinha mandado para entrar na casa da família e disse que após as investigações, o direito à ampla defesa e o contraditório, será esclarecido o que realmente aconteceu.
Por meio de nota, o órgão disse que abriu uma investigação para apurar conduta dos militares, além do afastamento. A PM disse, ainda, que, após a conclusão da investigação, serão adotadas medidas cabíveis.
O caso teve repercussão a nível estadual pela Rede Bahia de Televisão. Veja;