Com efeito em cadeia, os sucessivos reajustes no preço do gás de cozinha pela Refinaria de Mataripe tem feito com que os distribuidores repassem o valor mais caro para os revendedores, que, por sua vez, revendem mais caro para o consumidor final. O mais recente levantamento feito pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que corresponde a semana dos dias 9 a 15 de fevereiro, mostrou que o gás comprado pelos baianos é vendido por até R$ 153.
Segundo dados da ANP, atualmente, o preço médio do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) ao consumidor final, no estado, é de R$ 123,60. Com isso, a Bahia teve o quarto gás de cozinha mais caro do Brasil na última semana, ficando atrás apenas de Roraima (R$ 136,91), Amazonas (R$ 126,66) e Tocantins (R$ 125,60).
O valor mais em conta do produto na última semana, na Bahia, foi comercializado por R$ 100, o que ainda é considerado caro pela maioria dos consumidores. Marcos André dos Santos, presidente da Aept-BA, analisa que a população mais pobre é sempre a mais impactada pelos reajustes. “Os setores mais abastados das cidades consomem o gás encanado, que é pelo menos 50% mais barato do que o gás de cozinha”, diz.
O produto, que tem produção na Refinaria de Mataripe, está sendo vendido aos distribuidores apor R$ 60,85, sendo este um valor 75% mais caro do que o valor praticado pela Petrobrás, que tem comercializado o botijão de 13kg por R$ 34,70. As informações são de um estudo liderado pelo economista Eric Gil, do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps) e da Associação dos Engenheiros da Petrobrás, Núcleo Bahia (Aept-BA).
Em nota, a Acelen esclareceu que o preço do GLP da Refinaria de Mataripe segue critérios do mercado internacional que levam em consideração variáveis como custo do petróleo, que é adquirido a preços internacionais, dólar e frete, podendo variar para cima ou para baixo.
“Os preços do GLP da Acelen são reajustados mensalmente de acordo com as variáveis mencionadas, respeitando regras contratuais estabelecidas junto aos seus clientes e homologadas pela ANP. No mês corrente, os preços do GLP foram impactados pelo forte alta do dólar durante o mês de janeiro”, escreveu a Acelen em resposta ao CORREIO.
A empresa ainda acrescentou que, assim como as demais refinarias privadas no Brasil, busca maior competitividade na oferta de petróleo brasileiro, matéria prima que considera essencial para produção de derivados, já que adquire o produto a preço internacional.
Mín. 20° Máx. 32°