Os dois últimos corpos da queda do paredão no Lago de Furnas, em Capitólio no sábado (8), foram encontrados na tarde deste domingo (9). A informação foi confirmada pelo Corpo de Bombeiros de Minas Gerais durante coletiva de imprensa.
Ao todo são 10 mortos no acidente. Duas vítimas já foram identificadas, mas só o nome de uma delas foi divulgado (leia detalhes mais abaixo). Todas as pessoas estavam na lancha chamada "Jesus". Eles estavam hospedados em São José da Barra e eram familiares e amigos uns dos outros.
As equipes de buscas não trabalham mais com a possibilidade de desaparecidos. A rocha atingiu mais três embarcações que estavam na área por volta das 12h30, segundo os bombeiros. Um vídeo mostra o momento em que as lanchas são atingidas (veja vídeo acima).
Segundo os bombeiros, partes de corpos foram encontrados e levadas para a Polícia Civil. As buscas continuam para encontrar outros fragmentos. O Governo de Minas Gerais decretou luto oficial de três dias em todo o estado.
Feridos
- 2 pessoas com fraturas expostas foram para a Santa Casa de Piumhi, a cerca de 23 km de Capitólio;
- Um paciente internado na Santa Casa de Passos, a 74 km de Capitólio, é um jovem de 26 anos e morador de Pimenta (MG). Ele será deve ser operado nesta segunda-feira (10) e em seguida deve ter alta; a terceira pessoa que estava internada em Passos foi para um hospital particular e está estável.
Trabalho de buscas e identificação
A Polícia Civil confirmou na manhã deste domingo a identidade de um dos mortos no acidente. Segundo o delegado regional da Polícia Civil de Passos, Marcos Pimenta, é Júlio Borges Antunes, de 68 anos.
Ele era de Alpinópolis (MG). O corpo já foi liberado para a família e deve ser enterrado ainda neste domingo (9) em São José da Barra (MG).
Em nova entrevista na tarde de domingo, as autoridades informaram que uma segunda pessoa foi identificada, mas, até 16h30, o nome não tinha sido divulgado. A polícia aguarda a resposta dos laudos e dos testes de DNA para ter a comprovação oficial da identificação das vítimas. O mais jovem do grupo tinha 14 anos.
Vítimas que ainda aguardam identificação oficial:
- Homem de 40 anos, natural de Betim (MG) - piloto da lancha
- Mulher de 43 anos, de Cajamar (SP)
- Jovem de 18 anos, de Paulínia (SP)
- Homem de 67 anos, de Anhumas (SP)
- Mulher de 57 anos, de Itaú de Minas (MG)
- Jovem 24 anos, de Campinas (SP)
- Homem de 35 anos, de Passos (MG)
- Jovem de 14 anos, de Alfenas (MG)
- Homem de 37 anos, de Itaú de Minas (MG)
Ainda não se sabe o que provocou o acidente. Além da Polícia Civil, a Marinha informou que um inquérito será instaurado para apurar as causas do deslizamento de pedras no Lago de Furnas. O prefeito de Capitólio, Cristiano Geraldo da Silva (Progressista), disse em entrevista coletiva neste domingo que não havia ocorrido acidentes como este e por isso não há um estudo ou análise geológica sobre os paredões.
Também neste domingo, Furnas Centrais Elétricas divulgou uma nota sobre o acidente.
"FURNAS lamenta profundamente o acidente e verdadeiramente se solidariza com as vítimas e seus familiares. A empresa esclarece que utiliza a água do lago para a geração de energia elétrica, por meio de Contrato de Concessão de Geração de Serviço Público, e que compete à Marinha do Brasil e aos respectivos poderes públicos locais a gestão dos demais usos múltiplos do reservatório, dentre os quais as atividades econômicas de turismo profissional.
FURNAS apoia por meio de iniciativas e projetos socioambientais as 34 prefeituras e suas defesas-civis existentes no entorno do lago, que é um dos maiores lagos artificiais do mundo com mais de 3.500 km de perímetro, mas não tem poderes para desenvolver fiscalização e/ou outorgas de licenças para atividades de turismo e lazer.
FURNAS reforça que o Corpo de Bombeiros, a Marinha do Brasil, Polícia Civil e Federal, bem como a Defesa Civil de Minas Gerais estão conduzindo operações de resgate e apurações sobre o ocorrido em Capitólio.
Segundo balanço divulgado pelo Corpo de Bombeiros na manhã deste domingo, 50 militares estão empenhados na operação no cânion, entre bombeiros militares e militares da Marinha do Brasil; 11 mergulhadores dos bombeiros empenhados, especialistas nesse tipo de operação e já familiarizados com a área de busca; 4 lanchas e 3 motos aquáticas da Marinha e dos bombeiros lançadas no local de busca já delimitado, além do apoio de 7 viaturas.
Veja o que se sabe até agora sobre o acidente:
- O deslizamento ocorreu por volta de 12h30. Ainda não se sabe o que causou o acidente
- Quatro embarcações foram atingidas, segundo os bombeiros
- Dez pessoas morreram. Ao menos 2 seguem internadas
- Uma equipe de mergulhadores está no local e não há previsão de término das buscas (elas foram suspensas durante a noite e foram retomadas no domingo)
- 27 pessoas foram atendidas e liberadas
- A primeira informação dos bombeiros dava conta de 20 desaparecidos, mas o número foi atualizado para 3 logo depois
- Bombeiros e Polícia Civil estão no local; a Marinha foi acionada e vai investigar a causa
- Defesa Civil havia emitido um alerta sobre chuvas intensas na região com possibilidade de "cabeça d'água"; Marinha também investiga por que os passeios foram mantidos