A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou, em comunicado divulgado neste domingo (12), que a variante Ômicron se propaga mais rapidamente que a Delta. Além disso, estudos preliminares, apontam que a nova mutação do coronavírus contorna parcialmente a proteção conferida pelas vacinas já disponíveis.
De acordo com o documento da OMS, a variante já está presente em 63 países e, na África do Sul, vem se disseminando de maneira mais rápida do que a variante Delta, cuja circulação no país é baixa. No entanto, mesmo em países onde a incidência de Delta é alta e o número de pessoas vacinadas também, como no Reino Unido, a nova mutação vem ganhando espaço rapidamente.
De acordo com a OMS, a Ômicron "deve superar a Delta nos lugares onde há transmissão comunitária" da doença.
Segundo a agência internacional de promoção à saúde, ainda não é possível afirmar se a taxa de crescimento rápido da Ômicron está relacionada à evasão imunológica, ao aumento da transmissibilidade ou ambas as coisas.
Vacinas e reinfecções
A entidade afirma que evidências preliminares indicam redução na eficácia das vacinas para proteger contra a infecção e a transmissão da Ômicron. Também há informações iniciais de que as reinfecções aumentaram na África do Sul, o que pode estar associado à evasão do vírus em relação aos anticorpos produzidos por infecções anteriores.
A OMS também destaca resultados de estudos preliminares com amostras de sangue de vacinados ou de pessoas de curadas que comprovaram menor atividade de neutralização de anticorpos frente a Ômicron.
O texto acrescenta ainda que os testes RT-PCR apresentam bons resultados de diagnóstico para a Ômicron e devem continuar sendo usados para a vigilância epidemiológica, mas que o sequenciamento genético precisa ser mantido para que a disseminação da variante seja acompanhada.
Virulência e tratamento
Em relação à virulência da Ômicron, os dados são limitados, mas sugerem que ela pode ser menos severa que a Delta. A OMS lembra que todos os casos relatados na Europa até o momento são leves ou assintomáticos, mas ainda não está claro até que ponto a mutação pode ser inerentemente menos virulenta.
Sobre às possibilidades de tratamento para os pacientes em estado grave ou crítico relacionados à variante, a agência segue recomendado o uso de corticosteroides, bloqueadores do receptor de interleucina 6 e profilaxia com anticoagulação – que tem demonstrado bons resultados para o tratamento da Covid-19 causado por outras variantes. No entanto, sugere que as intervenções com anticorpos monoclonais sejam avaliadas novamente para que tenham sua eficácia confirmada contra a mutação.
Prevenção
Por fim, a OMS mantém a orientação para que as pessoas reduzam o risco de exposição ao vírus, se vacinando com todas as doses necessárias, usando máscaras e mantendo a higiene das mãos. Também recomenda que se prefiram os ambientes bem ventilados, se evitem as aglomerações e que o distanciamento social seja mantido.