O serviço de energia elétrica foi reestabelecido nas cidades de Cairu, Nilo Peçanha e Taperoá, no baixo-sul da Bahia, após ficar mais de 48 horas suspenso. As ilhas de Morro de São Paulo e Boipeba, em Cairu, importantes destinos turísticos do estado, chegaram a ser afetadas. Cerca de três mil turistas deixaram a região.
Os moradores comemoraram o reestabelecimento da energia elétrica nas localidades por volta das 20h30.
A falta de energia começou no final da tarde de segunda-feira (19). Nesta quarta, moradores relataram prejuízos causados pela interrupção do serviço. Alguns lugares estão também sem água e o comércio está totalmente comprometido.
De acordo com a Coelba, a falta de energia elétrica atingiu todo o território de Cairu e Nilo Peçanha. Já na cidade de Taperoá, que também fica na região, a suspensão do serviço foi parcial.
Na terça-feira (20), a Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba) informou que havia iniciado a reparação de quatro estruturas da linha de transmissão e deu previsão de retorno à normalidade até a noite. No entanto, até a publicação desta reportagem, os reparos ainda não havia sido finalizados.
De acordo com a Coelba, a previsão era de que a energia elétrica fosse reestabelecida às 17h desta quarta.
Em nota, a distribuidora de energia informou que desde a noite da segunda, montou uma força-tarefa e trabalha initerruptamente para restabelecer o fornecimento de energia em Morro de São Paulo e imediações.
A Coelba relatou que para atender o caso inédito na área de concessão, foi mobilizado mais de 70 profissionais, entre eletricistas, operadores e engenheiros, em revezamento desde o início da ocorrência. As equipes técnicas atuaram na recomposição da rede elétrica danificada, cuja causa está sob análise.
A empresa acredita que a hipótese mais provável é que as avarias tenham sido causadas por uma intervenção externa que provocou esforço mecânico na estrutura da linha de transmissão.
As dificuldades de acesso ao local e as condições adversas do terreno – localizado em área de mata fechada e alagado devido às fortes chuvas -, dificultaram a chegada de equipamentos e, consequentemente, da conclusão do serviço.
A Coelba relatou ainda que os trabalhos de contingência foram mantidos em regime de prontidão até a normalização da energia elétrica na região.
Falta de água
A Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) informou que por causa falta de energia elétrica, o abastecimento de água esteve suspenso, desde as 18h da segunda-feira, na sede do município de Cairu e nas localidades de Morro de São Paulo e Boipeba.
Já na sede do município de Ituberá, na localidade de Barra do Serinha, e no município de Nilo Peçanha, o abastecimento foi interrompido à 12h de terça pelo mesmo motivo.
A Embasa informou que a Coelba foi acionada e trabalhou para solucionar o problema. Após o retorno da energia elétrica, será iniciada a retomada gradativa do abastecimento nessas localidades, com a expectativa de regularização nas 48 horas seguintes à retomada.
A empresa relatou que para minimizar o transtorno, adotou medidas para retomar o abastecimento de água nas localidades afetadas com o uso temporário de geradores e ajustes operacionais. Com isso, foi possível iniciar a retomada do abastecimento em Ituberá e Nilo Peçanha com antecedência.
Até a normalização completa do serviço de abastecimento, é recomendável o uso econômico da água disponível no reservatório domiciliar.
Turistas deixam região
Segundo a Associação Comercial de Cairu, cerca de 3 mil turistas já deixaram a região do baixo-sul após a suspensão da energia elétrica.
Foi o caso da turista Samila Ferrer Paiva, que deixou Morro de São Paulo nesta quarta após decidir passar o restante da última semana de férias em Salvador.
"Hoje, quarta-feira de manhã, ainda sem energia, consequentemente sem água. Saímos hoje de Morro de São Paulo, porque sem previsão, a gente não sabe até quando vai ficar essa situação lá", contou.
"Hoje nós optamos por pegar o catamarã, vir à Salvador e terminar a nossa semana de férias aqui".
Samila Paiva contou que pelo conseguiu deixar o local, mas os moradores e o comércio continuam sofrendo com a situação.
"Está bem triste, porque o turista, ele pega e vai embora, mas e os moradores? E o comércio? Já tinha caso de comércio que não tinha mais o que servir, porque já estavam acabando as coisas e a situação é essa", afirmou.